A professora, pesquisadora e musicista Mayara Amaral, 27
anos, foi assassinada brutalmente na última quarta-feira (26) em Campo Grande
(MS). Três suspeitos foram presos, suspeitos de terem matado Mayara a
marteladas e queimado o corpo da vítima, que foi encontrado em um matagal na
rodovia MS-080, região conhecida como Inferninho.
O baterista Luiz Alberto Barros, 29, com quem Mayara tinha
um relacionamento, confessou o crime. A polícia encontoru na casa dele roupas
da vítima, instrumentos musicais, computador pessoal, telefone e os documentos
de Mayara. O admitiu o assassinato e disse que teve dois cúmplices: Ronaldo
Olmedo, 33, e Anderson Pereira, 31. Os dois negaram qualquer participação.
De acordo com o UOL, Barros disse à polícia que atraiu
Mayara para um motel. Segundo ele, o encontro era uma emboscada para roubar o
carro dela, um Gol 1992. Barros disse que Ronaldo entrou no motel no
porta-malas, com conhecimento dela, e os três teriam mantido relações sexuais.
Mayara percebeu a emboscada e teria tentado fugir, mas foi espancada até a
morte.
O assassino revelou que o corpo foi colocado no veículo e
levado à casa do terceiro suspeito. Lá, eles enterraram o cadáver no quintal,
mas depois o levaram para a rodovia. Em seguida, provocaram o incêndio no
matagal para dificultar a identificação.
A Polícia Civil informou que os três homens presos vão
responder por latrocínio e ocultação de cadáver. No entanto, a irmã da jovem, a
jornalista Pauliane Amaral, 31, contesta alguns pontos da versão do único
suspeito que confessou o crime, e acredita que ela tenha sido vítima de estupro
e feminicídio.
Pauliane também contesta a versão do sexo a três consensual.
"Eu não descarto a possibilidade de ela ter ido com o Luís para o motel,
já tinha ouvido alguma coisa de estarem numa relação afetiva". Mas a irmã
rechaça a ideia de que Mayara tenha consentido a participação de outro.
"Eles armaram uma emboscada, um deles entrou escondido
no motel, levaram martelo. Que sexo consensual é esse? Se trata de
estupro", afirma Pauliane.
O CASO
Mayara saiu de casa na segunda (24) para ensaiar. No dia
seguinte, sem receber notícias da filha, a mãe, Ilda, procurou uma das colega
da musicista, que falou sobre uma possível ameaça de um ex-namorado.
A mãe da vítima foi à polícia registrar o desaparecimento e
recebeu uma mensagem enviada do celular de Mayara. "Ele [o ex] é louco,
mãe. Está me perseguindo. Estava na casa dele e brigamos feio". A
publicação destaca que, depois disso, o aparelho foi desligado. A mensagem foi
enviada depois que o corpo queimado já havia sido encontrado.
Na quarta (25), a polícia identificou os suspeitos. A
família aguarda a conclusão do laudo pericial para confirmar a hipótese de
estupro. As penas previstas para latrocínio variam de 20 a 30 anos, enquanto as
do feminicídio, de 12 a 30 anos.
No almoço com a família neste domingo (30) a musicista pretendia
contar uma novidade: havia sido aprovada para um doutorado em uma universidade
de São Paulo. Infezlimente, não deu tempo. A jovem Mayara Amaral foi
brutalmente assassinada, o crime chocou o país e reacende a discussão sobre o
feminicídio, quando a motivação do assassinato de uma mulher está ligada ao
fato de ela ser mulher.
Fonte: NMB